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Mamãe querida. |
Dia 12 de outubro proximo, será o primeiro aniversário de nossa mãe, que iremos passar sem sua presença fisica.
Não sei como eu e meus irmãos vamos estar emocionalmente nesse dia, nossos presentes para ela só poderão ser nosso eterno amor, orações, flores e velas. A saudade é enorme, as lembranças são infinitas. Quando permitimos, as lágrimas brotam e se misturam a perguntas, duvidas e raiva. Por quê? Se tivessem ajudado quando pedi ajuda por e-mail, teria sido diferente? E se o ortopedista que a operou tivesse sido mais humano e cumprido sua missão com respeito ao paciente, teria percebido que uma infecção pulmonar estava se desenvolvendo? E se? E se????
Nunca teremos uma resposta.
Só queriamos ter nossa mãe aqui, presente, mas Deus quis tê-la ao lado d'Ele. Foi feita Sua vontade.
Como nós, filhos de Maria Angelica, há milhões de filhos que queriam que as mães fossem para sempre, como expressou nesse poema Carlos Drummond de Andrade...
MÃES PARA SEMPRE
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
(Carlos Drummond de Andrade)